quinta-feira, 10 de março de 2011

NÃO MANDEM MAIS E-MAILS PELO VELOX.


É o seguinte: estão apagando meus e-mails; aqueles que mando e os que recebo. Quando quero rever algum deles só está lá o nome do remetente. O texto foi apagado. Página branca, sem nada, virgem.
Vou contar a história; e para não ficar muito longa vou escrever-la usando apenas 20 palavras, mais ou menos. Porém como essa minha história não cabe nesse “vinteto” - onde não se contam palavras com menos de 3 letras – usarei o mesmo recurso que costumava praticar – eu e outros mais – quando escrevia para os noticiários da Radio Guaíba - e para as legendas das fotos do Correio do Povo, para os spots, texto para rádio e para pequenos anúncios de clientes com pouca verba, em agências de propaganda. Época essa, se bem digo, sinto hoje, estar nas mais distantes dobras do tempo. O recurso é simples: basta começar outras 20 palavras – da mesma notícia – com “por outro lado”, “a fonte ainda informou”, “observadores acreditam que”, “comenta-se que”... e outras tantas que se aprendia no fazer diário das redações já que não havia escolas para formação específica.

- Velox era o e-mail grátis, como de vem ser todos, de uma empresa telefônica. Um dia, outra empresa - que costuma terminar suas mensagens publicitárias com uma simpática e popular saudação - comprou a velox e alterou o serviço de e-mail. Sem saber continuei usando meu e-mail velox.

- Por outro lado entendia que o serviço não poderia ser cancelado assim, sem mais nem menos, já que meu telefone da empresa que fora privatizada pela ideologia neoliberal - nada contra – continuava funcionando sem nenhuma alteração.

- Entendia também que o serviço de e-mail gratuito não seria alterado por questões que estão na razão direta da prática da ética e da moral, da moderna gestão comercial – que ingenuidade - e não somente do direito, assunto que alias não entendo patavina.

- Meses depois da compra e venda dessas empresas, recebo um aviso de que meu e-mail não era mais cesarcabral@veloxmail.com.br, mas, sim, cesarcabral@gobits.com.br. Como assim? Pensei com minha guaiaca quase vazia de meus pilas.

- Continuei a mandar e-mails pela velox, já que não recebera nenhum comunicado das empresas e do negócio que fizeram. E tudo funcionava normalmente apesar de um pequeno inconveniente.

- Descobri que os e-mails velox que mandava chegavam como gobits; eram recebidos assim e varias pessoas retornavam contando a história; alguns até reclamaram que eu havia trocado de e-mail sem avisar.

- Passados mais de 10 meses recebo um e-mail de outra empresa informando ser a proprietária do e-mail gobits e oferecendo um dos Planos de Pagamento para que assim eu continuasse a usar o velox com o nome de meu novo e-mail, agora gobits. Fiz de conta quem nem era comigo.

- Meses depois, recebo um aviso de cobrança. Estava devendo 3 meses para a proprietáriagobits por falta de pagamento do uso de “e-mails gobits”, com as devidas ameaças de sanções, punições, e outras intimidações bastante conhecidas.   do

- Fiquei abichornado feito guaipeca galponeiro em dia de minuano com chuva fininha. Todavia esse estado patético durou pouco tempo e me levantei como um bagual brazino e meus pensamentos saíram a voar como um flete alado.

- Respondi - audacioso e desaforado, reconheço até certo ponto - que aguardava que me enviassem a cópia do contrato de prestação de tal serviço constando claramente nele meu nome completo, CPF, endereços e coisa e tal, com a minha devida assinatura bem como a do contratado, as datas e os valores dos meses em atraso.

- Não recebi nada, evidentemente. Continuei então, como já era de costume a mandar e-mailsvelox, ao “vivo” é “claro”. E assim se foi há mais de – sei lá quantos anos, desde a venda da estatal de telefonia comprada por aquela que diz “olá” sempre que é consultada.

- Percebendo a pelea que despontava no horizonte dessa tal de internete, e já que não tenho mais nem um boi pra sair dela, se entrasse, quanto mais uma boiada pra entrar -  se é que entendem a alegoria -  busquei a vingança, “um prato frio que se come”, dizem alguns; mas eu gosto muito de saladas; deliciosamente frias que são.

- Bueno, desisti da ex estatal de telefonia e tudo o mais, e contratei o “combo” - telefone, banda larga, televisão – (exceção de e-mail, serviço que não oferecem) de outra empresa; tudo por cabo - o que penso dar no mesmo, tecnicamente, já que cabo e fio e fio e cabo acho que são a mesma coisa. Ou não? Não importa.

- Pois agora, estão apagando – seria “deletando”? - meus e-mails recebidos e enviados, por que eles têm condições para isso, já que dispõem de um botão, ou tecla, à ponta do dedo; a faca e o queijo na mão.

- Não fazem isso por vingança, empresas não têm tempo pra emoções como essas, que são humanas; nem por que podem mais do que eu, ou porque eu seja submisso, desconhecedor do que me é de direito e de fato.

- Sei que eles procedem dessa maneira esdrúxula, anti-marketeira, amparados no desamparo que se oculta no tempo e no custo – e na paciência - que os consumidores não dispõen

- Abrir mão do “serviço” que me desserve, também é do meu direito; e essa prática, também é um exercício de cidadania. Não quero mais, e pronto. Embirrado como “piá cagádo”, mas feliz como um taura desgarrado, lambendo o bigode engraxado por uma costela bem gorda, assada num fogo de chão.

- Agora é desse jeito: cesarcabralrs@gmail.com
- Os sites continuam os mesmos:
cesar-cabral.blogspot.com